30 de janeiro de 2008

Mim quer design

"Mim quer tocar
Mim gosta ganhar dinheiro
Me want to play
Me love to get the money"


Alguns não lembram desta pérola do cancioneiro popular lançada pelo Ultraje a Rigor. Na minha opinião é um divertido exemplo de crítica ao lado capitalista da música e à copia de um modelo americano, nas duas últimas décadas do século passado viveu-se uma exaltação ao rock nacional.

O que isso tem a ver com design? O dinheiro, claro! Durante toda a faculdade, após a conclusão e até hoje ouço uma frase com a frequência de um mantra: "design não dá dinheiro". Será?

Apesar de participar das brincadeiras sempre fiz quesão que o design não dava dinheiro pra mim (então estudante universitário e duro) mas que tinha gente ganhando dinheiro com isso, sim senhor.

Porque essa desvalorização do design? Não sei se isso mudou hoje mas há 8 anos atrás quando entrei na faculdade (eita!) o sujeito que prestava vestibular pra design gostava do assunto. Dos alunos que entraram no longínquo campus da UFRJ naquele ano não vi ninguém escolhendo carreira como caminho para fama e fortuna. Ou seja, quer impressionar a sua vó, sua sogra? Faça direito, medicina, engenharia... ao se apresentar como designer você ganha uma oportunidade de explicar o que faz.

Falta ao designer participar. Falta ao designer entender o cliente (aqui um parêntesis pra explicar que existem os ruins são os que não pagam e não os que não sabem o que querem. o profissional tem que abrandonar de uma vez os melindres). Falta ao deisnger administrar. Tempo e dinheiro. O seu e o dos outros. Falta ao designer aprender a errar. Falta ao designer ser o cara e não se portar como se fosse. Falta ao designer dizer 'não sei mas vou correr atrás'. Ser designer é transformar a adversidade em recurso.

Ou então que se mude para as artes.

Um comentário:

Zin disse...

Genial, se não fosse a última frase. Concordo plenamente com o senhor baby, realmente falta isso tudo ao designer... Falta antes de tudo responsabilidade.
E não concordo com a última frase não por levantar a discussão de ser ou não ser arte, o design, mas que também nas artes estas questões continuam presentes... Se mudar pra elas não é certeza do fim de tais dúvidas.